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Os Médicos e a Humanização

medicosResolvi escrever este texto com um assunto não diretamente relacionado à arquitetura hospitalar, mas bastante complementar no nosso mercado, porque esta semana uma grande amiga me convidou para dar uma palestra sobre Humanização. Infelizmente eu não poderei comparecer na data estipulada devido a outro compromisso já combinado com um cliente, mas enviei o material da palestra para ela e espero que minha amiga consiga desenvolver o tema.

Há muito anos eu leio e reflito bastante a respeito porque é um tema que gosto muito, aliás é por isso que escrevo no site hotelaria hospitalar. A Humanização nas instituições de saúde precisa abordar o médico de uma maneira particularizada como ser humano, afinal o conceito de prestação de serviço de excelência focando nas pessoas e nos usuários, deve ser aplicado na prática.

A minha mãe sempre falou: – “Medicina é sacerdócio”.  Ser médico está relacionado á ciência da vida, ao poder de cura e restabelecimento, a fazer as pessoas sentirem-se bem e aliviar a dor. Assim sendo, é uma profissão por si só humanista. Considerando que o Humanismo é a filosofia moral que coloca os seres humanos como principais numa escala de importância. Entretanto os médicos também são seres humanos, com sentimentos e com limitações como qualquer outra pessoa. Não é humano e faz mal para saúde trabalhar com plantões extensos de 24 horas, sem tempo para dormir e sob constante pressão psicológica, entretanto os médicos ainda o fazem.

A Humanização demonstrada por ações hospitaleiras, infraestrutura acolhedora, ambientação confortável, integração de artes e cores, pode ser vista como fútil para a classe médica que historicamente atendia nas casas ou pode praticar o ato médico em qualquer lugar. O útil é a interação humana entre o médico, o paciente, a família e a equipe de saúde. Valorizar as pessoas sobre a tecnologia, com respeito, gentileza, privacidade, autonomia, poder de escolha e inclusão da opinião das pessoas.

Conforme dados do Planetree, as evidências demonstram que pacientes considerados como seres humanos com habilidade e confiança para serem ativamente engajados no seu tratamento de saúde, fazem menos visitas ao Pronto Atendimento, aderem realmente ao tratamento de saúde, adotam mudanças de comportamento que resultam em melhoras na saúde e incorrem em menos custos.

Não é humano cortar a possibilidade de uma carreira federal para médicos no Sistema Único de Saúde – SUS, como vetado pela Presidente na lei 12.871/13.  Concordo com todos os protestos, atos e atitudes coerentes dos médicos e do Conselho Federal de Medicina ao ressaltar que a classe médica deve ser respeitada como aliada na defesa da saúde do povo brasileiro. O atual momento da saúde do Brasil realmente está desvalorizando os profissionais médicos. A humanização nas instituições de saúde deve propiciar como resgatar a boa relação entre médico e paciente e não criar mais obstáculos de maneira desumana.

EleonoraZioni1Eleonora Zioni

Proprietária da Asclépio Saúde Consultoria.

Executiva com vasta experiência no segmento de Arquitetura Hospitalar, Humanização e Sustentabilidade. Palestrante em diversos congressos e conferências nacionais e internacionais, Professora em diversos cursos de pós-graduação, co-autora de livros, artigos científicos, entrevistas e debates no setor.

Especializada em desenvolvimento de negócios na saúde, gerenciamento de recursos físicos, planejamento estratégico, DGNB Consultant, LEED AP BD+C, Planetree afilliated, University of Michigan certified, MBA em pela FGV, especialização na FÙPAM- USP e arquiteta pela FAU-USP.

 

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