Gerenciamento de Enxoval: Má Utilização

Apresentamos o case completo em um evento online. Perdeu o Evento? Não tem problemas, estamos disponibilizando acesso às gravações aqui.

Hoje estaremos tratando de um tema que pode provocar um impacto significativo para:

• A durabilidade (ou vida útil) do enxoval;
• O aumento desnecessário da quantidade de lavagens;
• A falta de enxoval e o
• Desperdício de recursos como consequencia.

Quando uma peça de enxoval é mau utilizada?

Quando ela não é utilizada para a finalidade para a qual foi produzida, como por exemplo: lençol sendo utilizado como tapete; fronha como pano de limpeza, ou como compressa para banho de leito; toalha de banho para conter vazamento; toalha de rosto para limpar o sapato; campo cirúrgico como capacho; cobertor enrolado como coxim… e por aí vai.

Esse tipo de utilização é um dos pontos mais importantes para um bom gerenciamento de enxoval.

Sabemos que toda lavanderia hospitalar é especializada em retirar manchas de sangue, secreções corporais e alguns medicamentos. Mas manchas como de arraste (feitas ao pisar, arrastar ou utilizar uma peça para limpeza) não saem de jeito nenhum. E se saírem, os produtos químicos utilizados no tratamento de manchas provocam um desgaste excessivo no tecido.

Conforme comentei no post Hotelaria X Enfermagem: O Confronto Final, o papel da hotelaria é de servir, atender às necessidades dos profissionais da assistência.

Em muitos casos, a má utilização está diretamente relacionada ao mau atendimento dessas necessidades.

Se toalhas estão sendo utilizadas para sanar vazamentos, não seria responsabilidade da hotelaria acionar a manutenção ou engenharia para solucionar o problema? Se cobertores estão sendo utilizados no lugar de coxins, será que não está havendo falta dos mesmos ou os que existem, não atendem à necessidades específicas?

Hoteleiros: procurem identificar as causas dessa má utilização antes de declarar guerra contra os profissionais da enfermagem, afina de contas, eles são nossos clientes. E o que fazemos com os clientes? Procuramos ouví-los, entender sua rotina, suas necessidades e trabalhar para atendê-las.

Realizando um trabalho assim, em parceria, que conseguimos um resultado excelente na redução do quilo de roupa lavado por mês: de um lado, descobrimos as necessidades dos nossos clientes (enfermagem). Do outro, ao implantar melhorias, trabalhamos também com treinamentos de conscientização por meio dos impactos financeiros da utilização inadequada.

Mostramos para enfermagem que estávamos trabalhando para ajudá-los mas que também dependíamos deles. Também enfatizamos que trabalhamos para um mesmo objetivo: a satisfação dos pacientes.

Vejam os impactos desse trabalho.

Começamos no segundo semestre de 2011 (associado também à outras medidas) e os resultados foram imediatos: reparem na queda do gráfico a partir de Julho, mesmo sendo um período de sazonalidade e portanto, das maiores taxas de ocupação hospitalar do ano. De Fevereiro a Junho de 2012 conseguimos evidenciar os resultados mais expressivos na comparação de consumo com o ano anterior.

Conseguimos economizar um valor equivalente à R$40.986,00 mesmo com aumento da taxa de ocupação (ou seja, reduzimos o consumo de enxoval mesmo atendendo uma quantidade maior de pacientes).

Fazer mais com menos, agregando qualidade é função de um bom trabalho de gestão.

Fonte: Arquivo Pessoal

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Ana Augusta Blumer Salotti

Idealizadora, criadora e principal colunista do site HotelariaHospitalar.Com.

Especialista em reestruturação da área de hotelaria nos hospitais com foco em certificação de qualidade e humanização, sendo palestrante em eventos nacionais e internacionais.

Sócia fundadora da empresa Hotelaria Hospitalar Comunicação e Treinamentos, possui MBA em Gestão em Saúde, Pós Graduação em Hotelaria Hospitalar e Graduação em Hotelaria.

Autora do trabalho “Análise das Contribuições do Modelo Planetree para a Prática de Hotelaria Hospitalar”, a ser disponibilizado em breve.

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